quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Jabutis e papagaios são soltos pelo CRAS no Recanto Ecológico Rio da Prata

Alguns dos papagaios-galegos


O momento da soltura dos jabutis

Biólogos analisam os animais antes da soltura

Os jabutis seguem seu caminho :)


Treze jabutis e dezoito papagaios-galegos reabilitados foram soltos pelo Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) no Recanto Ecológico Rio da Prata ontem (3) e hoje (4). O biológo do CRAS, Vinícius Andrade Lopes, informou que o Rio da Prata foi escolhido para habitat dos animais por ser uma grande área de mata, onde há ocorrência das espécies, e livre de problemas como caça e pesca, por ser uma Unidade de Conservação (o Rio da Prata possui uma RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural, pela qual tem a obrigação eterna de preservação e de não-intervenção).

CRAS

Criado em 1988 pelo governo estadual, vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, das Cidades, do Planejamento, das Ciências e Tecnologia (Semac) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) realiza a recepção, triagem e destinação de animais silvestres apreendidos durante operações de fiscalização efetuadas pela PMA, Ibama e Corpo de Bombeiros.

Atualmente o centro é visto como referência positiva na preservação de espécies da fauna brasileira que se encontram sob risco de extinção. Desde sua criação, já recebeu mais de 22 mil animais oriundos do tráfico, de doações da população, de casos de atropelamentos e acidentes nas estradas.

O Cras está localizado no Parque Estadual do Prosa e conta com 24 recintos para aves, mamíferos e répteis; cozinha acoplada a um biotério; área para filhotes e animais em observação; recinto pra treinamento de vôo de aves; cercado e piquetes para mamíferos de médio porte e sede administrativa. Conta também com uma equipe composta por três médicos veterinários, três biólogos, um zootecnista, além de sete pessoas de apoio e limpeza.

-Pesquisa e cuidados especiais

Durante a recepção, os especialistas buscam coletar o maior número de informações que possam determinar, posteriormente, o destino do animal: espécie, origem, tempo de cativeiro, alimentação, contato com outros animais silvestres ou domésticos, estado de saúde, histórico, idade, sexo e marcação. O indivíduo recebe um número de cadastro e suas informações são armazenadas num banco de dados específico, em funcionamento desde 1994.

No ato da entrega, é preenchido um termo de depósito e guarda de animal doado ou apreendido, oficializando a entrada do animal no centro. Após um exame clínico, o animal é encaminhado à quarentena ou ao centro de atendimento veterinário para cuidados especiais. Em seguida, o animal é alojado em recintos compatíveis com as características biológicas.

Durante a permanência no Cras, os animais são acompanhados individualmente quanto aos aspectos sanitários, nutricionais e comportamentais. Cada indivíduo é analisado isoladamente, já que diferenças de origem, tempo de cativeiro, estado de mansidão, estado físico e idade são fatores que podem gerar problemas. Há casos de filhotes que necessitam de cuidados especiais, incluindo alimentação, temperatura e umidade controlada.

A maioria dos animais que chegam ao Cras não ficam lá para sempre. A prioridade é a devolução para a natureza. Em alguns casos são enviados a zoológicos e criadores de outros estados. Apesar de muitos pesquisadores serem contrários à soltura dos animais, a legislação brasileira diz que a prioridade é o retorno dos animais à natureza. "As solturas são feitas com o maior rigor técnico e estamos provando, através de intensas pesquisas, que a soltura dá certo", explica o coordenador do centro. As solturas se dão em fazendas no pantanal ou em áreas de proteção ambiental. São 150 pontos cadastrados, sendo que 20 desses lugares são efetivamente destinados a alguns animais.

As destinações seguem princípios básicos pré-estabelecidos com os consultores de manejo e gerenciamento de vida selvagem: espécies raras devem atender a projetos de conservação, realizados por instituições ou pesquisadores idôneos, previamente identificados e devidamente autorizados pelo Ibama e os comitês das espécies; espécimes comuns, recém capturadas na natureza, são preferencialmente soltas em habitat natural após pequeno período de tempo no Cras; já os animais comuns oriundos de cativeiros são encaminhados a instituições ou utilizados em casos de repovoamentos, de acordo com as condições do animal. Exemplo disso é um grupo de 15 macacos-prego que passaram por um minucioso estudo comportamental e serão soltos no Pantanal.

Após a liberação dos animais na natureza, eles são monitorados diariamente ao longo de cinco dias. Em seguida, técnicos ambientais fazem visitas mensais às fazendas, realizando um monitoramento periódico e colhendo informações.

Como a maior parte dos animais que chegam ao centro são vitimas do tráfico e da criação em cativeiros clandestinos, o Cras realiza um programa de visitação aberta ao público, principalmente estudantes, visando a conscientização da população em relação aos crimes ambientais e educação ambiental. As visitas são monitoradas por guias treinados, que expõem aos visitantes as conseqüências negativas do tráfico e dos cativeiros clandestinos, além do trabalho de reabilitação realizado.

-Visite o CRAS

As visitações são realizadas às terças-feiras, quintas-feiras e sábados, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, por grupos de até 15 pessoas. Os visitantes são acompanhados por um guia capacitado, que fala sobre noções de educação ambiental, as conseqüências negativas do tráfico de animais silvestres, assim como o trabalho desenvolvido no Cras.

É necessário agendar o passeio com antecedência pelo telefone (67) 3326-1370. Recomenda-se o uso de calças compridas e tênis fechado. É cobrada uma taxa de R$ 8,00 por pessoa, sendo que estudantes pagam metade do preço. O valor é revertido para a preservação e manutenção da área, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), já que o centro encontra-se dentro do Parque Estadual do Prosa. Escolas públicas são isentas da taxa.

Com informações do Portal MS

Fotos: Acervo Rio da Prata

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