segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Sistema multiponto em Bonito: Benefício para empresários

Os empresários de Bonito, em Mato Grosso do Sul, sabem bem que os meios eletrônicos de pagamento são importantes ferramentas que devem fazer parte do dia-a-dia da empresa. Há cerca de dois anos, a expansão da comercialização via cartão de crédito trouxe facilidades para os turistas e empresários da região turística, resultando no aumento de venda dos pacotes turísticos e no crescimento local.

Até o fim de 2006, devido à demora no repasse de valores das agências de turismo aos atrativos turísticos, boa parte dos empresários passou a optar por não trabalhar com cartão de crédito. A decisão se traduziu em prejuízo, já que grande parte dos turistas que até hoje visita Bonito, principalmente os estrangeiros, prefere, por questões de segurança e comodidade, pagar os passeios turísticos com o "dinheiro de plástico".

O problema existia porque os atrativos turísticos de Bonito ficam localizados em região montanhosa, o que impossibilita a implantação de redes de telefonia fixa e móvel, item necessário para o funcionamento das máquinas de cartão de crédito. Sem linha telefônica, o turista não tinha a opção de pagar com cartão de crédito o passeio desejado no próprio local do atrativo. Os passeios eram fechados apenas nas próprias agências de turismo, responsáveis por repassar posteriormente os valores aos atrativos turísticos.

De acordo com o presidente da Associação de Atrativos Turísticos de Bonito e Região (Atratur), Ricardo Constantino, nessa sistemática perdia o turista, por não ter a opção de pagar o passeio com cartão de crédito diretamente no atrativo turístico; e perdia também o empresário do atrativo turístico que, por não dispor do serviço de cartão, muitas vezes perdia clientela. Outro problema era em relação à demora das agências no repasse dos valores pagos.

O empresário Eduardo Folley Coelho, proprietário do Recanto Ecológico da Prata, em Jardim, município de Bonito, e da Estância Mimosa Ecoturismo, na mesma cidade, lembra as dificuldades. "Não tínhamos nem como oferecer ao turista a opção de pagar parcelado o passeio turístico. Se sem parcelar as agências já demoravam para nos repassar o pagamento, imagine se esses valores fossem ainda parcelados", explica.

Iniciativa inovadora

Com o objetivo de solucionar esses problemas, a Atratur buscou a Visanet Brasil, empresa do mercado brasileiro de meios eletrônicos de pagamentos, responsável pela afiliação e relacionamento com os estabelecimentos comerciais que aceitam cartões Visa.

O pleito da Atratur veio ao encontro do "Destinos Visa", programa da Visanet que contempla 25 cinco destinos turísticos do Brasil, sendo Bonito um deles. Esses destinos são escolhidos para serem trabalhados devido a uma série de fatores, como fluxo turístico e dificuldades financeiras. "Por meio deste programa trabalhamos durante todo o ano a cadeia de valor da cidade, não tendo como foco apenas questões monetárias", afirma o diretor comercial e de marketing da Visanet, Eduardo Gouvêa.

Como resposta aos empresários de Bonito, a Visanet criou o projeto-piloto "Multiponto". Trata-se de um Point of Sale - maquinetas de captura de transações, conhecidas tecnicamente como terminais POS (da sigla inglesa para ponto de venda) - com opções específicas dos atrativos turísticos.

Hoje, na prática, a sistemática funciona da seguinte forma: para cada atrativo turístico, existe uma opção no POS. Na hora em que o turista for fechar um pacote de passeios com diferentes atrativos, será digitado o número correspondente ao atrativo, direcionando automaticamente o valor para a conta-corrente do CNPJ desse atrativo. As agências permanecem recebendo cerca de 20% de comissão sobre os passeios.

O novo serviço trouxe de volta para os meios eletrônicos de pagamento vários empresários que tinham optado por não trabalhar com cartão de crédito. "Com o Multiponto, os atrativos turísticos ganharam a oportunidade de oferecer aos seus clientes o pagamento com cartão, inclusive podendo parcelar. O Multiponto também contribui para melhorar a relação entre os atrativos e as agências de turismo", comenta o empresário Eduardo Folley. Em seus atrativos turísticos, Eduardo possibilita que o turista pague o passeio em até três vezes.

Já estão vinculadas ao Multiponto 17 agências de turismo e 15 atrativos turísticos. Os atrativos são: Abismo Anhumas; Balneário do Sol; Barra do Sucuri; Barra da Onça; Buraco das Araras; Circuito Arvorismo; Estância Mimosa; Fazenda São Francisco; Hotel Cabana; Ilha do Padre; Praia da Figueira; Rio da Prata; Rio do Peixe; e Rio Sucuri. Com relação aos gastos, a taxa de administração do POS é paga pelos atrativos turísticos ou recebedor. Já a taxa de aluguel do POS fica por conta das agências.

"Essa iniciativa é inovadora: promoveu a acessibilidade aos atrativos turísticos e ao mesmo tempo possibilitou o aumento das vendas", afirma o analista técnico da unidade de Atendimento Individual do Sebrae/MS, Vagner Alexandre.

Fonte: Agência Sebrae

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