quinta-feira, 1 de julho de 2010

E como fica a Segurança?!

Há uma confusão no mercado que não raramente atrapalha o entendimento sobre a questão do componente “desafio” nos treinamentos organizacionais, especialmente quando esses são realizados ao ar livre.

Muitas empresas vêm buscando a metodologia experiencial, muitas vezes envolvendo atividades de aventura (Rafting, Rapel, etc...) como alternativa para programas de team building, desenvolvimento de liderança ou mesmo em atividades de integração em seminários e convenções.

Um pressuposto de um ambiente de aprendizagem deve ser a segurança física e psicológica dos participantes. Cada uma dessas dimensões da segurança é construída de formas diferentes, mas estão intimamente ligadas e uma breve análise dessa inter-relação gera uma reflexão interessante no que tange ao desenvolvimento pessoal. O conceito de assumir riscos está intrínseco no conceito de aventura, e carrega consigo uma das chaves para oportunidades de aprendizado. A partir desse passo fora da zona conhecida (ou zona de conforto), o participante vive uma experiência intensa que gera qualidades como interação, significado, satisfação, suporte (dando e/ou recebendo), introspecção, quebra de paradigmas, entre outras.
A experiência do desenvolvimento pessoal (que carrega consigo o reflexo no crescimento do profissional) é potencializada quando a pessoa se dispõe a conhecer e experimentar o diferente e o novo. Encontrar situações inéditas fazem o indivíduo encontrar ou desenvolver recursos próprios talvez desconhecidos ou subutilizados, que uma vez acessados darão mais poder pessoal ao “aventureiro”. Essa é a forma como vejo a caminhada do auto-desenvolvimento: aventurando-se em situações de assunção de riscos, se conhecendo melhor, buscando desenvolvimento, aplicando os aprendizados na vida e seguindo a caminhada com cada vez mais consciência e recursos.

Cabe à empresa e/ou profissionais responsáveis pelos treinamentos garantir a gestão da segurança das atividades. Para isso existem requisitos definidos em normas, no caso do Brasil da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Uma vez aplicados esses requisitos alcança-se um nível ideal de trabalho com riscos calculados, controlados e assumidos. Dessa forma, o participante saberá exatamente quais riscos físicos está assumindo para que, com isso, possa partir mais seguro para sua experiência de crescimento pessoal. A empresa fornecedora também terá um controle muito maior da segurança das atividades, uma vez que estará seguindo um programa de gestão de segurança que inclui um plano de tratamento de riscos.

Finalmente, a empresa contratante que tem segurança como um valor, terá num evento de treinamento experiencial uma extensão da aplicação da sua política de segurança, ficando assim mais a vontade para desenvolver os talentos das suas equipes.

(*) Daniel Spinelli é consultor de desenvolvimento humano e diretor da PS Treinamento Empresarial. E-mail: daniel@pstreinamentoempresarial.com.br 
http://www.pstreinamentoempresarial.com.br/

Nenhum comentário: