segunda-feira, 2 de março de 2009

Aventura no parque do Pantanal

Pôr-do-sol no Pantanal

A imponente onça-pintada



Os 120 quilômetros da Estrada Parque do Pantanal são o caminho perfeito para quem busca aventura no meio das planícies alagadas do Mato Grosso do Sul. A terra batida e a poeira no ar expõem o Brasil sertanejo, de alma cabocla e rude ao primeiro contato. É boiada e berrante, aroma de arroz carreteiro, rio cortando o chão.

É hora de deixar Campo Grande em direção a Aquidauana. Depois, largando o asfalto para trás, já em Corumbá, é a estrada de terra que vai levar o turista até o destino final, na fronteira com a Bolívia. Mas até lá, há tempo para contemplar as belezas naturais, de fauna e flora quase intocadas por todos os lados.

O amanhecer e o anoitecer, os melhores horários do dia para observar os animais que passeiam ao redor da trilha, entre as mais de 100 pontes que abrem passagem sobre os córregos e igarapés. Jacarés, araras, garças e tuiuiús são os atores principais. Avistar a onça-pintada é o bilhete premiado de quem se aventura por essas terras, tão difícil é encontrá-la.

Há mais do que a vida selvagem. Tem conforto também nas inúmeras pousadas que oferecem o ecoturismo na região. Uma delas equilibra-se entre as palafitas, à margem do Rio Miranda, no Passo do Lontra. Além dos brasileiros, muitos europeus e norte-americanos buscam contato com a natureza, distância de tudo, e lotam os aposentos.

Mais do que os jacarés e as piranhas nos rios, quem oferece "risco'' ao turista são os mosquitos. Por mais aventureiro que seja o viajante, não há como enfrentá-los de peito aberto. É mais do que recomendável um "banho'' de repelente. As roupas escuras são um atrativo natural para os insetos. Quem não quiser uma nuvem de borrachudos ao redor de si deve optar pelas mais claras.

Nada, porém, atrapalha a beleza do cenário. Atravessar de balsa o Rio Paraguai, no Porto da Manga. Fitar o horizonte calmo, das muitas cores e sombras ao pôr-do-sol. Acompanhar o anoitecer do alto do morro, sob os braços do Cristo, em Corumbá. São coisas simples da vida.

Rio Paraguai e a alma pantaneira

O Rio Paraguai serve de adorno à cidade mais pantaneira do Brasil. É Corumbá que abre os braços para o viajante e se mostra à margem direita do remanso, na fronteira com a Bolívia.

A cidade tem opção variada de hospedagem e é singela em suas atrações.

As chalanas atracadas no porto são um convite aos visitantes. Se deixar levar pelas águas calmas do rio é entender um pouco dos versos cantados pelos sertanejos de coração e alma. É opção de passeio sereno e introspectivo.

HISTÓRIA - O passado também tem o seu espaço no Museu de História do Pantanal, um antigo casarão que expõe as raízes do homem local e sua cultura. Lá, as maquetes de eventos como a Fuga da Laguna, durante a Guerra do Paraguai, escapam dos livros de História e ganham vivacidade. Chama a atenção o cuidado com os detalhes.

O museu apresenta ainda com recursos audiovisuais a atmosfera típica do Pantanal. Sons e imagens característicos da região se misturam logo na entrada.
O artesanato e fragmentos dos tempos em que apenas as tribos indígenas ocupavam aquelas terras são lembrados na exposição permanente.

Fonte: Diário do Grande ABC
Fotos: Daniel de Granville

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